Rafael Canogar, nasceu em Toledo em 1935, é um dos pintores e escultores mais destacados da arte contemporânea espanhola. A sua carreira tem sido marcada por uma evolução estilística significativa e um profundo compromisso. Em 1955, pintou as suas primeiras obras abstratas e, dois anos depois, o encontro com outros pintores e críticos, fá-lo ver a necessidade de unir esforços para realizar uma ação artística comum. Forma-se o grupo El Paso, que surge como “atividade que pretende criar um novo estado de espírito no mundo artístico espanhol”. Entre eles estavam Feito, Millares e Saura.

Em 1964, Canogar abandona definitivamente o Informalismo, uma corrente que, do seu ponto de vista, tinha perdido a vitalidade e o espírito de rebeldia que a caracterizava no princípio. A partir desse momento, a sua produção centra-se na crónica narrativa, inspirada nas imagens dos meios de comunicação: fotografias que já seu último período informal utilizava como estrutura e esquema de luz e sombra.

Pouco a pouco, as suas imagens vão-se limpando de matéria para dar mais força e controlo à mensagem. Canogar utiliza a figura humana como símbolo de resistência e esperança, com uma estética que refletia a crueza e a energia da época.

Desde então, a sua obra não parou de evoluir.